É muito comum no Brasil a ideia de que quando um carro passa dos 100 mil quilômetros rodados deve ser vendido imediatamente, pois começará a dar problemas, enquanto que não se deve comprar um veículo que ultrapassou essa marca em hipótese alguma, pois com certeza te dará dor de cabeça.
Mas existe alguma relação direta entre a quilometragem e o estado de conservação de um veículo? É realmente verdade que não se deve nunca comprar um carro com alta quilometragem, independente de isso ser os 100 mil km populares ou não?
É um fato que você deve prestar muita atenção antes de comprar um veículo usado, tomando alguns cuidados básicos antes de finalizar a compra, para evitar problemas futuros, principalmente com manutenção, que façam você se arrepender do negócio.
Além disso, é óbvio que comprar um veículo semi-novo, com baixa quilometragem, e que praticamente não foi usado, como é comum em alguns casos, pode ser uma melhor opção. Até mesmo porque muitas vezes esse carro quase novo pode ainda estar dentro da garantia de fábrica, além de ter sofrido muito menos desgaste.
Entretanto, não há nenhuma relação comprovada entre o estado do veículo e a sua quilometragem rodada. Não há literalmente nenhuma garantia de que um carro com 30 mil quilômetros rodados estará em melhores condições e mais conservado que um carro de 120 mil km.
Vale a Pena?
A resposta para essa pergunta é depende, já que comprar um carro usado que valha o investimento vai depender muito mais do real estado conservação desse veículo, do que de quantos quilômetros ele já rodou.
O primeiro fator que influencia na conservação do veículo é seu uso, e isso pode não estar diretamente ligado à quilometragem. Por exemplo, uma pessoa que faz mais viagens com o carro, pegando estradas com maior frequência, provavelmente vai rodar mais com seu automóvel do que outra que usa apenas no meio urbano, para coisas do dia a dia, como fazer compras ou ir ao trabalho.
Mas o fato de o primeiro rodar mais não significa que ele estará em pior estado. Esse carro que faz mais viagens, por pegar muito rodovias, roda muito mais em condições ideais de funcionamento, como temperatura, aceleração constante e mais cômoda para o motor, entre outras. Por outro lado, o veículo da cidade fica parado no trânsito com frequência, sem refrescar o motor, trocando muito de marchas e etc.
Assim, é bem possível, e até mesmo provável, que o carro das rodovias, que roda mais quilômetros, esteja em melhores condições do que o veículo urbano, que rodou menos mas sofreu mais com o trânsito constante.
Além disso, há a questão do dono, ou donos, anterior desse carro. Muita gente não cuida bem do veículo, não realizando manutenção preventiva, não trocando o óleo com frequência, demorando muito para consertar problemas, colocando gasolina de péssima qualidade e etc. Enfim, mesmo um carro que rode pouco, se for mal cuidado, provavelmente não estará no estado ideal.
Por outro lado, um carro que rodou muito, mesmo mais que os famosos 100 mil km, mas foi bem cuidado pelo seu antigo dono, com todos cuidados para manter o carro bem conservado, poderá estar em ótimas condições. Mesmo rodado, um carro em que foi realizado a manutenção preventiva, troca o óleo dentro das determinações, enfim, todos os cuidando necessários para os diversos aspectos do veículo, pode ser uma boa compra.
Além disso, não dá para confiar na quilometragem registrada no painel, já que é possível, até mesmo comum, adulterar esse número antes de vender o carro.
O que fazer?
Mais importante do que ficar preocupado apenas com a quilometragem de um veículo usado, antes de comprá-lo você deve atentar para o estado de conservação desse veículo. Assim, verifique toda a carroceria e interior do carro, procurando por imperfeições e possíveis pontos de ferrugem. Também procure por marcas de desgaste.
O ideal é que antes de fechar o negócio você leve o carro a um mecânico de sua confiança. Ele poderá atestar as verdadeiras condições do veículo, e se vale a pena investir. Também veja se a quilometragem bate com a idade do carro, desconfiando de marcas muito baixas para carros mais velhos. Verifique também toda a documentação, vendo se não há nenhuma pendência.
Pesquise bastante, vendo vários modelos, de várias concessionárias e revendedoras, para achar um carro que se enquadre melhor no que você deseja. Desconfie de preços muito abaixo da Tabela da Fipe, pois pode significar algum “mico” escondido.
Por fim, pesquise sobre o modelo, para ver como e quão cara é sua manutenção. Sabe-se, por exemplo, que carros de montadoras japonesas, como a Toyota e a Honda, são ótimas opções para usados, por serem muito confiáveis e duráveis.
Prestando atenção a todos os detalhes, e tendo certeza de que o carro está em boas condições, bem conservado e com tudo funcionando adequadamente, pode ir em frente em sua compra, mesmo que a quilometragem seja mais alta.
FONTE: PORTALAUTO
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